E foi este o dia em que entendi.
És para mim tudo o que quero.
Sem duvidas, mágoas ou mentiras.
Em que a única dor que sinto é quando tenho que te deixar.
Sentes-me a Alma com dedos de Anjo.
Não Anjo Caído como outros que me salvaram.
Anjo como eu.
Igual a mim.
Lábios de seda e mãos gretadas de vida.
És o amor que eu esperava.
És os olhos que eu via.
És a voz que me murmurava.
Esperei uma vida por ti.
Era por ti que tanto ansiava.
És tu.
Finalmente o amor já não me dói.
Acreditei num castelo e num principe.
Acreditei num amor de nobres e plebeus.
Acreditei no tom forte com que o vento cantava.
Não sei agora se és o meu príncipe ou haverá castelo algum dia.
Deixei de sentir a voz do vento.
Ensurdeci.
Agora sinto apenas cada dor...cada lágrima.
Sinto quentinho quando me deito contigo e me enrosco.
Sinto-me vazia e fria de cada vez que te fujo.
Pedes-me o que não tenho.
Calma.
Quero-te agora.
Quero-te meu já.
Fiz de conta que não acreditava.
Quando me virei...caí.
Não segui...apenas fugi.
Não sigas tu agora.
Estarás também a fugir.
Lembra-te que foi assim que te perdi.
Quem és?
Senti-te aproximar a medo.
Farejaste-me ao largo e eu procurava-te sem te ver.
Sem te ouvir.
Senti-te de todas as vezes que o vento quente me acalmou a dor.
Senti-te regressar ainda vinhas tu longe.
Tinha-te dito.
Eu tinha-te dito.
Esqueceste quem sou.
Tentando apagar quem amas.
Esqueceste quem és para agora te dizeres presente.
Entrando de novo no meu mundo.
Como se da primeira vez se tratasse.
Rebentando portas e janelas.
Atravessando paredes.
Como só tu és capaz.
Senti-te ainda tu nem imaginavas.
Segui sem te procurar mesmo quando me olhavas.
Tremi, chorei e berrei.
Implorei que fosses tu mas já não eras.
Senti-te e voltaste.
Não me perguntes agora o meu nome.
Sempre o soubeste.
Não perguntes quem sou se me desfizeste.
Senti-te.
Voltaste.
Mas quem és??