É assim porque sei.
Sei que és meu e serás.
Não me apetece mais correr.
Não vou mais sequer sofrer.
Mas sim esperar.
Esperar.
Corpo este a ti pertence.
Alma minha.
Agora tua.
Aguardo pacientemente.
Aguardo que voltes dessa amargura.
Segredo este que guardo.
Sem rancor.
Sem olhar.
Aguardando estamos pelo teu voltar.
Escrevia eu.
Escrevia.
Sem saber para quem.
Sem saber que para ti seria.
Sem saber.
Agora sei e guardo para mim.
Este segredo meu e teu.
Porque sei que é assim.
Porque sei que és meu.
Sempre que voltas.
Minha boca aguarda teu beijo.
Com um doce sabor a pétalas.
De uma flor qualquer...nem sei de onde.
Quando me deixas.
Meu corpo não sabe se voltarás.
Desce um amargo na garganta.
Misturado com este doce...
Este doce de flores que não sei de onde são...
Quero tanto ter em mim.
Esse teu sabor agridoce.
Quero tanto sentir.
Que voltas e não foges.
Quero.
Quero-te.
Ténue essa linha divisora entre Amor e Ódio.
Confunde-se entre verdades e mentiras.
Entre estórias mal contadas e irreparáveis feridas.
Sai de dentro do sonho que era já pesadelo.
Respirei de novo e acordei.
Tenho fome, sede e raiva de vida.
Não odeio.
Não amo.
Não quero.
Berro.
Berro alto o meu silêncio que tudo diz.
Tu que sabes ler meus olhos.
Tu que sabes e estás ai.
Tu sabes...
Raiva de perder tempo sem viver.
De tudo poder ter e me esquecer.
Raiva que meu sangue aquece e faz correr.
Raiva que me desperta a Alma que julguei assassinada.
Enraivecida de raiva digo à Vida.
Prepara-te...estou a chegar.