De repente fecho os olhos.
Tento perceber que vozes são aquelas lá ao fundo.
No escuro.
Velhos jogam cartas.
Há outro som.
Assustador.
Passa por cima de mim como se saltasse de casa em casa.
Na escuridão.
Olho gelada.
Vulto encapado de negro de cabelos longos pretos de noite.
Mãos ossadas e unhas compridas e escuras de roxidão.
Tenho medo.
Estatelaste-te em frente a mim.
Paralizada de pânico.
Olhas meus olhos e no fundo da minha alma e dói-me.
Desapareces.
Corro descalça.
Tropeço nas pedras soltas e no vestido velho que trago.
Sinto-te colado a mim e não te vejo.
Grito por ti.
Grito para ti.
Parei.
O meu amor pede-me que desenhe num papel quem me perseguiu.
Pega no esboço e sorri.
Diz-me: " Não tenhas medo...quem te assustou fui apenas eu..."